Em "Låt den rätte komma in", em português "Deixa-me entrar”, seguimos o dia a dia de Oskar, um jovem no inicio da adolescência. Ficamos a saber que é vitima de abusos físicos e não só, por parte dos seus colegas de turma e que ao chegar a casa se refugia no quarto onde liberta toda a sua raiva em acesos ataques de fúria. Eli, uma jovem da “mesma” idade de Oskar, acaba de se mudar para o seu prédio, tornando-se sua vizinha. Aos poucos, os dois começam a criar uma relação de amizade e depressa se cria uma relação de fortes laços entre os dois.
Este é um filme que faz da sua simplicidade a sua maior força, tornando-se evidente que não estamos na presença de um qualquer filme sobre vampiros, como actualmente é moda, "Deixa-me entrar”, é muito mais que dentes afiados, sangue e abdominais, até nos leva a pensar o que realmente fazem, associados a este filme, todos os comentários que o dão como “ um filme sobre vampiros”. É verdade que lá dentro encontramos essa resposta, mas não é essa a verdadeira essência deste “"Deixa-me entrar”, essa é sim, a relação que Oskar e Eli vão criando ao longo do filme e que percorre todo o filme atingindo o seu auge no magnífico final.
Ao longo do filme vimos muito sangue e muitas imagens que podem chocar pela sua brutalidade, é um facto, mas são cenas que acontecem com uma naturalidade assombrosa e que encaixam na perfeição na narrativa e que aos poucos nos vai permitindo conhecer cada uma das personagens, nada acontece por acaso e nada é apressado a acontecer ou a desenrolar-se, tudo está milimetricamente definido ajudando a tornar "Deixa-me entrar”, um dos melhores filmes dos últimos anos.
Sei que já aqui falei do final do filme, mas não poderia deixar de o referir novamente, é sem dúvida das melhores coisas que já vi num filme, o facto de não vermos a acção que sabemos que está a acontecer só torna a cena ainda mais esmagadora. Se há alturas em que me senti atropelado por um filme, este é um dos casos, poucos foram os que me causaram tal sensação, mas sem dúvida que "Låt den rätte komma in” foi um deles.
2 comentários:
o final é incrível. eu senti-me totalmente lá, e há poucos filmes que conseguem fazer-me sentir isso. senti-me ao lado de Oskar, finalmente vingado. que filme incrível...tenho de ver outra vez!!!
boa crítica, pá!
Eu quero ler, mas como ainda não vi o filme, não sei se o texto terá spoilers.
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